Esta manhã encontrei o teu nome nos meus sonhos e o teu perfume a transpirar na minha pele. E o corpo doeu-me onde antes os teus dedos foram aves de verão e a tua boca deixou um rasto de canções. No abrigo da noite, soubeste ser o vento na minha camisola; e eu despi-a para ti, a dar-te um coração que era o resto da vida - como um peixe respira na rede mais exausta. Nem mesmo à despedida foram os gestos contundentes: tudo o que vem de ti é um poema. Contudo, ao acordar, a solidão sulcara um vale nos cobertores e o meu corpo era de novo um trilho abandonado na paisagem. Sentei-me na cama e repeti devagar o teu nome, o nome dos meus sonhos, mas as sílabas caíam no fim das palavras, a dor esgota as forças, são frios os batentes nas portas da manhã.
poema de: Maria do Rosário Pedreira
imagem de :Timothy Cummings
9 comentários:
lindo. oa semana :)
Por vezes o acordar rouba-nos o que de precioso o sonho nos dá...
Lindo texto carregado de sentimentos lindos e profundos.
Um Beijo em Silêncio
Muito bonito.
jokinhas
São tantas as vezes que tenho acordado assim...
A vida dá tantas voltas, por vezes acabamos por nos desiludir, deixamos de acreditar e caimos na solidão profunda...
Sinto-me assim...
**beijinhos**
Mano,
um texto baril, a minha disposição não está, por isso deixo só
1abraço
Lindo seu poema, espero que encontre todas as manhas seu amor.
Lindo mesmo! Os sonhos preenchem-nos por momentos... ilusóriamente... para depois nos darem um duro despertar... uma volta á realidade, aquela que vamos construindo, para que seja um sonho, mais bonito que algum outro sonho, alguma vez sonhado! ;)
Beijo Grande*
Bonito poema!
Bom fds!!
=^.^=
É lindo esse sonho, mas o acordar e voltar a ver a solidão é o que normalmente mais custa...E neste caso, sei do que falo...
Beijinho
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